Paradoxo Fiscal Impulsiona Consumo de Alimentos Básicos
Início - Notícias e Tendências do Agro - Paradoxo Fiscal Impulsiona Consumo de Alimentos Básicos
Apesar de enfrentar dívida pública acima de 75% do PIB e juros elevados, o Brasil registra crescimento econômico maior que o previsto, desemprego no menor nível histórico e demanda firme por alimentos. O economista Ricardo Amorim descreve o cenário como um “paradoxo”, no qual desequilíbrios fiscais coexistem com expansão da atividade e do consumo.
Indicadores de consumo em alta
- Abras: alta de 2,67% no consumo domiciliar de janeiro a setembro de 2025, em valores reais; o resultado supera em 2,79% o mesmo intervalo de 2024.
- IBGE: varejo total avançou 1,6% no acumulado do ano e atingiu, em fevereiro, o maior nível da série histórica; hiper e supermercados cresceram 1,1% em agosto.
- NIQ: cesta de alimentos e bebidas registrou aumento de 7,4% em volume em 2023, enquanto a média das categorias ficou em 1,9%.
Mesmo em agosto de 2025, mês de oscilação nas vendas, houve queda de 4,4% em volume, porém aumento de 2,5% na receita, confirmando a prioridade do consumidor por itens essenciais.
Emprego e renda sustentam compras
Nos últimos quatro anos, 23 milhões de brasileiros ingressaram no mercado de trabalho, e a massa salarial real cresceu cerca de R$ 80 bilhões. Essa renda adicional mantém itens como feijão, arroz, óleo e açúcar no carrinho, mesmo com crédito caro e taxa Selic elevada.
Colheita recorde reduz pressão sobre preços
O agronegócio projeta safra de grãos 17% maior, ajudando a conter preços e garantir oferta. A estabilidade atrai capital externo em busca de economias consideradas mais previsíveis em meio a tensões geopolíticas internacionais.

Imagem: inteligência artificial via canalrural.com.br
Alertas e iniciativas
Analistas apontam que a expansão depende de ajustes fiscais e de um ambiente externo favorável. Movimentos como o Viva Feijão, liderado pelo Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), defendem a valorização de alimentos in natura para fortalecer saúde, cultura e economia.
Com informações de Canal Rural