Plano Clima impõe metas e pressiona agronegócio brasileiro
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Encerrou-se na última semana o período de consulta pública do Plano Clima, proposta do governo federal que busca conciliar crescimento econômico e compromissos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
O texto oficial atribui ao agronegócio, somado ao desmatamento legal e ilegal, 70% das emissões do segmento Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas (LULUCF), tornando o setor o maior emissor nacional de gases de efeito estufa.
Resistência do setor
A nova contabilização provocou reação da cadeia produtiva, que teme impactos na competitividade e na imagem do país no exterior. Representantes do agronegócio argumentam que avanços em eficiência produtiva e sequestro de carbono ainda não são plenamente reconhecidos nos cálculos do inventário de emissões.
Debate no Senado
Em audiência pública recente, integrantes do Executivo e líderes do setor discutiram as metas vinculadas à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil no Acordo de Paris. O governo admitiu limitações na metodologia atual e informou que trabalha em sua revisão.
Pressões internacionais
O setor também manifesta preocupação com possíveis reflexos comerciais. A elevação de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos como café e carne bovina e as negociações com a União Europeia, que impõe critérios ambientais mais rígidos, reforçam a necessidade de métricas “equilibradas e transparentes”, segundo interlocutores do agronegócio.
Imagem: Mapa via canalrural.com.br
Incentivos e metas de desmatamento
Para cumprir o objetivo de zerar o desmatamento legal até 2030, o Plano prevê mecanismos de remuneração a produtores que preservam vegetação nativa. Entre as propostas estão:
- Regulamentação do mercado de carbono;
- Criação de fundos para recuperação de áreas degradadas;
- Linhas de crédito com juros reduzidos;
- Incentivos financeiros a propriedades com cobertura vegetal.
O sucesso da iniciativa dependerá do equilíbrio entre metas ambientais e manutenção da competitividade de um setor responsável por parcela significativa do Produto Interno Bruto brasileiro.
Com informações de Canal Rural