Plantio de Soja Atrasado Eleva Riscos Para Safra 2025/26
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O plantio de soja no Brasil segue abaixo da média histórica e amplia o risco de atrasos na colheita, o que pode comprometer a janela ideal do milho safrinha em 2026. Dados da plataforma Grão Direto indicam que a lentidão preocupa produtores e agentes de mercado, pois qualquer descompasso no calendário tende a impactar oferta, preços e competitividade nos próximos anos.
Clima irregular sob influência do La Niña
A irregularidade das chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte retarda o avanço da safra 2025/26. A atuação do fenômeno La Niña, prevista para permanecer até o verão de 2026, intensifica o risco climático e aumenta a instabilidade nas principais áreas produtoras.
- Sul — alto risco de estiagens durante o período crítico das lavouras.
- Centro-Oeste — recentes precipitações ajudam, mas a possibilidade de veranicos ainda ameaça o ritmo de plantio.
- Argentina — maior probabilidade de seca e ondas de calor, prejudicando o desenvolvimento inicial e elevando a volatilidade em Chicago.
Exportações seguem fortes, mas desaceleram
Entre janeiro e novembro de 2025, o Brasil embarcou mais de 104 milhões de toneladas de soja, superando as 95,7 milhões do mesmo período de 2024. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) reduziu a projeção de novembro para 4,40 milhões de toneladas, volume ainda quase o dobro do registrado em 2024. A China permanece como principal destino, absorvendo cerca de 80% dos embarques até outubro.
Compras chinesas perdem fôlego
Mesmo após a recente trégua comercial com os Estados Unidos, a China adquiriu soja norte-americana a preços superiores aos do produto brasileiro, movimento considerado mais político do que econômico. Estoques elevados, margens negativas das esmagadoras e demanda fraca por farelo limitam novas compras expressivas. Persistem dúvidas sobre o cumprimento do compromisso de importar 12 milhões de toneladas ainda em 2025 e atingir 25 milhões em 2026.
Mercado interno e externo
- O Índice de Soja FOB Santos subiu de R$ 145,92 para R$ 147,47 na semana.
- Na Bolsa de Chicago, contratos de janeiro/2026 avançaram 0,98% e os de março/2026, 0,88%.
- O dólar recuou 1,30%, atenuando parte da valorização interna.
Preocupações para dezembro
O plantio continua mais lento que no ciclo anterior; cerca de 12% das áreas enfrentam excesso de chuvas, o que dificulta a semeadura e pode reduzir a produtividade. O La Niña também eleva o risco de secas intensas, e uma possível onda de calor em dezembro pode coincidir com a fase mais sensível da cultura, ameaçando o potencial produtivo.
Imagem: Jefferson Aleffe via canalrural.com.br
Com oferta sul-americana incerta, demanda chinesa moderada e clima adverso na Argentina e no Sul do Brasil, o mercado deve manter postura cautelosa, sustentando as cotações em Chicago.
Com informações de Canal Rural