Início - Notícias e Tendências do Agro - Plantio de Soja Avança, mas Clima e Custos Pressionam
O plantio da safra 2025/26 de soja começou em ritmo semelhante ao do ciclo anterior. Dados da AgRural indicam que, até a última semana, 0,9% da área prevista no país estava semeada, ante 0,1% na semana anterior.
Os trabalhos ganharam força nos estados que encerraram o vazio sanitário, com destaque para o Paraná, seguido por Rondônia, Mato Grosso e São Paulo. A umidade ainda restrita limita o avanço das máquinas, mas a previsão de chuvas volumosas para os próximos dias deve acelerar o calendário.
Mato Grosso do Sul projeta recorde
Em Mato Grosso do Sul, onde o vazio sanitário terminou recentemente, o plantio ainda é incipiente. A Aprosoja-MS estima produção de 15,2 milhões de toneladas; caso o clima colabore, o estado pode superar o recorde de 15 milhões de toneladas obtido na safra 2022/23.
Mato Grosso planta pouco e vende menos
Maior produtor nacional, Mato Grosso semeou 0,55% dos 13,01 milhões de hectares projetados, segundo o Imea. O ritmo supera ligeiramente o do ano passado e a média dos últimos cinco anos, porém muitos agricultores aguardam chuvas mais regulares. A comercialização antecipada segue lenta: até agosto, 27,40% da safra estavam vendidos, menor nível em duas safras e abaixo da média histórica.
Custos sobem e apertam a margem
Levantamento do Imea em parceria com o Senar-MT mostra que, até julho, o custo total de produção avançou 7,69%, passando a R$ 7.657,89 por hectare. Os principais aumentos ocorreram em:
Imagem: canalrural.com.br
- Fertilizantes: +9,23%
- Defensivos: +4,33%
- Custo de oportunidade do capital: +24,28%, influenciado pela taxa Selic elevada
Com produtividade média prevista de 60,45 sacas por hectare e preço de R$ 110,10 por saca, a receita bruta estimada é de R$ 6.656,00 por hectare, queda de 8,23% sobre a temporada anterior. O valor cobre o Custo Operacional Total e gera margem de R$ 256,12 por hectare, mas deixa descoberta de R$ 1.001,89 por hectare em relação ao Custo Total. Fertilizantes e defensivos respondem por 37,58% das despesas totais e continuam entre os principais gargalos.
Com o avanço gradual das chuvas e a pressão dos custos, produtores monitoram o clima e o mercado para definir o ritmo dos trabalhos e as estratégias de venda.
Com informações de Canal Rural