Produtores Exportam Manga aos EUA Sem Preço Definido

A colheita de manga no Vale do São Francisco já começou, mas os embarques aos Estados Unidos seguem cercados de incerteza por causa da tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano.

Segundo o Sindicato Rural de Petrolina (PE), sete contêineres de manga foram enviados na semana passada e outros 50 devem partir até o fim desta semana. Os contratos com importadores norte-americanos são, em sua maioria, no modelo consignado, no qual o produtor só recebe depois que o comprador vende a fruta e desconta sua comissão.

“Até agora, ninguém sabe quem vai arcar com a tarifa de 50%”, afirmou Jailson Lira, presidente do sindicato. Nesse sistema, o valor final pago ao produtor costuma ser conhecido entre 30 e 45 dias após a entrega.

Lira estima que colheita, embalagem e envios continuem até meados de setembro, período em que a demanda costuma ser mais aquecida. Depois disso, com o aumento da oferta e estabilização do mercado, há risco de parte da produção ser abandonada nos pomares.

Produtores buscam alternativas

Com a aproximação da colheita de uva na região — cujos embarques normalmente ocorrem de meados de setembro ao início de outubro —, agricultores avaliam direcionar parte da fruta a outros destinos. O mercado interno, a Europa e o Reino Unido são considerados opções para reduzir perdas, já que os EUA seguem abastecidos pela safra californiana.

Imagem: agro.estadao.com.br

Apesar de o governo federal ter anunciado medidas de apoio, produtores temem dificuldades de acesso a crédito. Para Lira, a melhor saída seria negociar com Washington a redução do adicional de 40 pontos percentuais na tarifa, que já era de 10%.

Embora não haja, por ora, perspectiva de demissões, o sindicato alerta que a manutenção da tarifa elevada por longo período pode afetar empregos no Vale do São Francisco.

Com informações de Agro Estadão