Produtores Mantêm Preservação Após Término do Projeto Conserv

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Produtores rurais e empresas do agronegócio que participaram da primeira fase do Conserv decidiram continuar preservando áreas de vegetação nativa mesmo após o fim dos pagamentos oferecidos pelo programa, encerrado em 2024. A iniciativa, conduzida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) entre 2020 e 2024, remunerava quem mantivesse a vegetação excedente à reserva legal.

Ao longo do período de quatro anos, foram firmados 32 contratos em Mato Grosso, Pará e Maranhão, garantindo a proteção de mais de 27 mil hectares além do que a legislação exige. Somadas as áreas de reserva legal e as Áreas de Preservação Permanente (APPs), o total conservado ultrapassou 105 mil hectares.

Produtores seguem comprometidos

Segundo o diretor executivo do Ipam, André Guimarães, praticamente todos os participantes optaram por manter a conservação, demonstrando que o modelo pode ser ampliado para reduzir o desmatamento legal. “Eles entenderam não só a importância do papel como produtores de alimentos, mas também como estabilizadores do clima”, afirmou.

Impacto nas propriedades

Os participantes relatam benefícios ambientais diretos, como aumento da umidade, regulação da temperatura e maior biodiversidade. Em Sapezal (MT), produtores criaram uma brigada de incêndio, adquiriram equipamentos de combate ao fogo e capacitaram trabalhadores. “Não deixamos pegar fogo. Foi uma experiência muito positiva”, disse Carlos Roberto Simoneti, um dos primeiros a aderir ao Conserv.

Também em Sapezal, a preservação possibilitou a formação de um corredor de 13 quilômetros de vegetação nativa. Já em Porto dos Gaúchos (MT), surgiram ilhas de conservação em meio a áreas de elevado desmatamento.

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Imagem: Ipam via canalrural.com.br

Empresas engajadas

Além de produtores individuais, empresas como SLC Agrícola e Amaggi mantiveram as áreas protegidas. Para Tiago Agne, gerente de Sustentabilidade da SLC Agrícola, a prática reforça a reputação e a estratégia ambiental da companhia. Fabiana Reguero, gerente socioambiental da Amaggi, destacou que a experiência demonstra a viabilidade de conciliar competitividade agrícola e conservação.

Para Guimarães, o maior legado do Conserv é a mudança de percepção dos participantes. “Essas pessoas perceberam um ganho que vai além do financeiro, alinhando-se aos desafios atuais do planeta”, comentou.

Com informações de Canal Rural

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