Proteínas Alternativas Perdem Fôlego, Arroz e Feijão Mantêm Espaço

Proteínas Alternativas Perdem Fôlego, Arroz e Feijão Mantêm Espaço

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As promessas de que carnes de laboratório, hambúrgueres plant-based e outros produtos de proteína alternativa substituiriam os alimentos tradicionais perderam força em 2025. Empresas antes consideradas referência viram a procura diminuir e o valor de mercado encolher.

A norte-americana Beyond Meat, que estreou na bolsa com forte valorização, hoje vale apenas uma fração do que representava no lançamento. No Brasil, a Fazenda Futuro recuou do plano de internacionalização e concentrou operações no mercado interno. Já a fermentação de precisão, apontada como revolucionária, continua onerosa e dependente de alta demanda de energia.

Resistências regulatórias e culturais

  • Alguns estados dos Estados Unidos vetaram oficialmente a carne produzida em laboratório.
  • Na União Europeia, autoridades adotam postura cautelosa.
  • Na Ásia, a aceitação varia conforme a cultura de cada país.

O resultado é um cenário de apreensão entre investidores e consumidores, refletido nos modelos de negócio que ainda não alcançam rentabilidade.

Satisfação caiu entre vegetarianos

Levantamento global encomendado pela Ingredient Communications indica queda significativa na satisfação com produtos plant-based desde 2018. Vegetarianos — que ainda ingerem derivados animais — tornaram-se os mais críticos. Entre veganos, a aceitação melhorou ligeiramente, mas permanece baixa.

No Brasil, o número de vegetarianos cresceu 75 % em oito anos, alcançando 30 milhões de pessoas. Mesmo assim, essa parcela responde por cerca de 20 % do consumo nacional de feijão, sinal de que o grão segue como base alimentar.

Questões sensoriais e mercado potencial

Sabor, textura e suculência ainda são pontos fracos de carnes vegetais. Leites à base de grãos deixam resíduo de ervilha ou soja e ovos vegetais não reproduzem fielmente a experiência do produto convencional. Apesar disso, projeções indicam que o segmento pode chegar a US$ 162 bilhões até 2030 — cinco vezes o tamanho atual — impulsionado sobretudo pelos flexitarianos, grupo que reduz, mas não abandona a carne. No país, 52 % da população se declara flexitariana.

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Imagem: canalrural.com.br

Investidores voltam atenção ao campo

Relatório do banco suíço Lombard Odier aponta que proteínas alternativas deixaram de ser prioridade. O foco, agora, recai sobre a agricultura convencional e no aumento de produtividade no campo — estratégia que produtores brasileiros já adotam com capacitação e pesquisa.

Fortalecimento do prato nacional

Arroz com feijão, combinação que garante equilíbrio nutricional a baixo custo, segue predominando nos lares brasileiros. Paralelamente, iniciativas como enriquecer alimentos populares com proteína de pulses ganham espaço, a exemplo do macarrão de arroz com proteína de feijão testado na China. A proposta busca melhorar a qualidade nutricional sem alterar hábitos alimentares.

Enquanto investidores avaliam perdas e novas apostas, agricultores brasileiros continuam fornecendo alimentos básicos — feijão, arroz, carnes, frutas e grãos — que sustentam a dieta de milhões de pessoas no país e no exterior.

Com informações de Canal Rural

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