Queda dos Alimentos Gera Primeira Deflação de 2025

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Os preços dos alimentos recuaram pelo terceiro mês seguido e foram decisivos para a primeira deflação registrada em 2025. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,11%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10).

Entre os itens de maior peso, o café apresentou queda de 2,17% em agosto, movimento ligado às sobretaxas impostas pelos Estados Unidos. Segundo Caio Augusto Rodrigues, economista e sócio da consultoria Terraço Econômico, a redução ocorre porque há excesso de oferta no mercado interno, já que parte dos exportadores ainda busca novos compradores após as sanções norte-americanas.

Pressão de curto prazo

Rodrigues avalia que a capacidade brasileira de abrir novos mercados deve levar à normalização dos preços em até seis meses. “O recuo visto em agosto pode durar um pouco mais, mas não deve ultrapassar esse período”, afirmou.

Para o economista, a reversão da tendência só deve ocorrer no início de 2026, salvo algum conflito nas regiões que passaram a receber os produtos desviados dos Estados Unidos. Ele observa que, enquanto não houver acordo formal entre Brasília e Washington, o envio temporário de mercadorias a outros destinos seguirá limitando os preços internos.

Impacto no IPCA

A queda dos alimentos se somou aos recuos nos grupos transportes e habitação para puxar o IPCA de agosto para o campo negativo. No caso da habitação, o maior efeito veio dos descontos aplicados na conta de luz.

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Imagem: Valter Campanato via canalrural.com.br

Expectativas para a inflação

Rodrigues destaca que a trajetória inflacionária dependerá da interação entre juros elevados e atividade econômica. Embora os primeiros sinais já apareçam, ele projeta efeitos mais consistentes apenas em 2026. “Os juros estão cumprindo o papel de frear a economia e, consequentemente, a inflação, mas o impacto é retardado e ainda não permite ao Banco Central reduzir a taxa”, explicou.

O economista ressalta que será necessário acompanhar o mercado de trabalho e verificar se a desaceleração econômica ajudará a trazer a inflação para dentro da meta nos próximos anos.

Com informações de Canal Rural

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