Raça Caracu Ganha Espaço na Produção de Carne Premium

A raça bovina Caracu, a primeira a chegar ao Brasil há mais de 500 anos, volta a chamar atenção de pecuaristas interessados em carne premium. Em entrevista ao programa Giro do Boi, o vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Caracu (ABC Caracu), Renato Francisco Visconti Filho, detalhou as características que sustentam a retomada do rebanho.

Características que impulsionam a raça

• Adaptação ao confinamento: por ser taurina, a raça apresenta boa conversão alimentar em cocho.
• Precocidade: desenvolvimento e maturidade sexual ocorrem mais cedo, reduzindo o ciclo de produção.
• Qualidade da carne: maciez atende a mercados de maior exigência.

Segundo Visconti Filho, cruzamentos com outras raças, taurinas ou zebuínas, permitem abates de animais sobreanos com 21 a 23 arrobas, resultado que reforça o potencial de ganho de peso.

Aporte genético e pesquisas

O trabalho do Instituto de Zootecnia (IZ) de Sertãozinho (SP) e da Embrapa Gado de Corte mantém rebanhos experimentais há décadas, confirmando o desempenho do Caracu.

Entre os avanços, destaca-se a incorporação do gene mocho, originado do Mocho Nacional na região de Goiás. Além de eliminar chifres, a característica trouxe maior convexidade de carcaça e mais precocidade, adequando os animais às exigências de frigoríficos e confinamentos.

Mercado e oportunidades

Com rebanho ainda considerado pequeno, a raça é vista pela ABC Caracu como oportunidade para novos criadores. O ingresso de José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro — fundador da JBS, hoje com 93 anos — na associação reforça a expectativa de expansão.

Imagem: canalrural.com.br

A entidade também prepara um projeto de genômica para identificar indivíduos capazes de encurtar ainda mais o ciclo de produção, ampliando a rentabilidade dos sistemas de engorda.

Com informações de Canal Rural