Real Forte e Escalas Lotadas Contêm Preço da Arroba do Boi

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar queda no valor da arroba ao longo desta semana. Analistas atribuem o recuo principalmente às escalas de abate mais folgadas nos frigoríficos e à valorização do real frente ao dólar.

Segundo a consultoria Safras & Mercado, grande parte das plantas está com programação de abate garantida para o restante de setembro, cenário reforçado pela disponibilidade de animais negociados em contratos a termo.

A movimentação cambial também pesa sobre as cotações. Com o real mais forte e juros internos elevados, a receita obtida nas exportações perde competitividade, reduzindo a capacidade de pagamento dos frigoríficos aos pecuaristas.

Exportações seguem em ritmo forte

Apesar da pressão baixista, o desempenho no mercado externo continua a sustentar a demanda pela carne brasileira. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, nos 10 primeiros dias úteis de setembro, o Brasil embarcou:

• 137,274 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada;
• média diária de 13,727 mil toneladas;
• receita de US$ 771,121 milhões, equivalente a US$ 77,112 milhões por dia;
• preço médio de US$ 5.617,40 por tonelada.

Na comparação com setembro de 2024, houve aumento de 42,6% no faturamento médio diário, avanço de 14,6% no volume médio embarcado e alta de 24,4% no preço médio da tonelada.

Imagem: canalrural.com.br

Para o coordenador de inteligência de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, a expectativa até dezembro é de firmeza nos preços, mas sem espaço para valorizações expressivas. “Até o fim de setembro, os fundamentos permanecem baixistas, com a indústria tentando pressionar ainda mais”, afirmou.

Com informações de Canal Rural