Re.green Mira Recuperar 1 Milhão de ha na Amazônia e Mata Atlântica
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A startup brasileira Re.green traçou a meta de restaurar 1 milhão de hectares de florestas na Amazônia e na Mata Atlântica, com expectativa de capturar até 15 milhões de toneladas de carbono por ano e fomentar uma nova economia florestal baseada na venda de créditos de carbono.
O projeto reúne cientistas e grandes investidores, entre eles os fundos Lanx Capital, BW (family office dos Moreira Salles), Gávea Investimentos e Dynamo. Fundada há três anos, a empresa conta com o professor Ricardo Ribeiro Rodrigues, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), referência em restauração ecológica, que acompanha o desenvolvimento das ações ao lado do também pesquisador Pedro Brancalion e parte da equipe do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (Lerf).
Foco no Arco do Desmatamento
Na Amazônia, os trabalhos concentram-se no Arco do Desmatamento — área que abrange oeste do Maranhão, sul do Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre. “Queremos transformar o arco do desmatamento em arco da restauração”, afirmou Rodrigues.
Atualmente, a Re.green mantém 16,5 mil hectares em processo de restauração e 16,9 mil hectares destinados à conservação. Em outubro de 2023, iniciou o maior projeto de restauração contínua da América do Sul: uma propriedade de 8.427 hectares localizada na divisa entre Maranhão e Pará.
Modelo de negócio
A empresa calcula o carbono estocado em cada área reflorestada e comercializa a “adicionalidade” em forma de créditos de carbono. A metodologia foi desenvolvida a partir de estudos financiados pela Fapesp, que analisaram 800 parcelas de floresta e 70 mil árvores de 1.200 espécies nativas.
Para viabilizar os projetos, a startup compra ou arrenda fazendas originalmente convertidas em pastagens. Os proprietários recebem remuneração pela concessão das áreas.
Imagem: Re.green via canalrural.com.br
Estratégias de restauração
Um modelo criado no Lerf orienta até 60 combinações de técnicas, considerando regeneração natural, sequestro de carbono, produção madeireira sustentável e serviços ecossistêmicos. As áreas são recompostas exclusivamente com espécies nativas, como jequitibá-rosa, jacarandá-da-bahia, ipê-roxo-de-bola e pau-brasil.
As mudas vêm do viveiro Bioflora, em Piracicaba (SP), fundado em 1998 pela equipe que hoje integra a Re.green. O local produz cerca de 2,5 milhões de mudas por ano e mantém dados de estoque de carbono por espécie e idade, reforçando o potencial da silvicultura ecológica para retorno financeiro.
Levantamentos iniciais apontam que os plantios da empresa estão capturando 14% mais carbono que o previsto, resultado que, segundo Rodrigues, confirma a viabilidade econômica e climática da restauração florestal em larga escala.
Com informações de Canal Rural