Relatório Da Aon Indica Crescente Risco Climático No Brasil
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Temporais que atingiram o Sul do país nos últimos dias, incluindo tornados com rajadas acima de 300 km/h no Paraná e um ciclone que causou estragos em pelo menos 80 municípios das regiões Sul e Sudeste, reforçam o avanço da vulnerabilidade climática no Brasil. O alerta faz parte do relatório Global Catastrophe Recap – 3º trimestre de 2025, divulgado pela Aon, empresa global de gestão de riscos e resseguros.
De acordo com o documento, embora a atividade global de desastres tenha desacelerado entre julho e setembro, as perdas econômicas em 2025 já alcançam US$ 203 bilhões, dos quais US$ 114 bilhões estão cobertos por seguros. A diferença, chamada de lacuna de proteção, corresponde a 44%, o menor percentual já registrado para o período, impulsionado principalmente pela ampla cobertura do mercado norte-americano.
Impacto na América do Sul
Entre janeiro e setembro, eventos naturais na América do Sul provocaram US$ 6,7 bilhões em prejuízos econômicos. A maior parte decorreu de secas prolongadas, incêndios e tempestades severas, com o Brasil figurando entre os países mais afetados.
- Seca no Brasil: respondeu por US$ 4,8 bilhões em perdas econômicas no Centro-Sul.
- Cobertura securitária: aproximadamente 10% desse montante estava segurado.
- Setores atingidos: agronegócio e geração de energia, devido à redução de chuvas que afetou lavouras e reservatórios.
Histórico de recordes
O novo levantamento corrobora dados do Climate and Catastrophe Insight 2024, também da Aon, que apontou prejuízos superiores a US$ 12 bilhões no Brasil no ano passado, o maior valor já registrado. As enchentes no Rio Grande do Sul lideraram o ranking nacional de perdas seguradas.

Imagem: Ari Dias via canalrural.com.br
Para especialistas, a combinação entre o aumento de eventos extremos e a baixa penetração de seguros amplia os riscos para governos, empresas e produtores. “Enfrentamos perdas bilionárias associadas à seca e a eventos extremos recorrentes, com cobertura ainda muito limitada. Investir em dados e modelagem catastrófica é essencial para reduzir o impacto econômico e social desses desastres”, afirma Beatriz Protásio, CEO de Resseguros para o Brasil na Aon.
Com informações de Canal Rural