Rentabilidade da Soja Cai 50% em Quatro Anos, diz Serasa

A margem de lucro da soja no Brasil encolheu à metade entre as safras 2020/21 e 2023/24, segundo pesquisa inédita da Serasa Experian. O estudo examinou receitas e despesas de produtores nos principais municípios do país e apontou que preços mais baixos, custos elevados e queda de produtividade comprimem os resultados do setor.

Receita e produtividade em queda

O ciclo 2021/22 registrou a maior receita média por hectare, de R$ 8.465, impulsionada pela saca acima de R$ 150. Mesmo assim, a produtividade recuou 7% por causa de condições climáticas adversas. Nos ciclos seguintes, a receita média caiu 15%, chegando a R$ 6.922 em 2023/24, acompanhada de nova redução de 3% na produtividade.

Impacto nos diferentes perfis de produtores

O levantamento classificou os produtores em quatro grupos:

• Donos de terra sem custeio financiado
• Donos de terra com custeio financiado
• Arrendatários sem custeio financiado
• Arrendatários com custeio financiado

Para proprietários, a rentabilidade média caiu de 48,6% em 2020/21 para 29,6% em 2022/23, com leve recuperação a 35,7% estimados para 2024/25. Entre arrendatários, o recuo foi mais intenso: de 27,2% na safra 2020/21 para 7,3% em 2023/24, com projeção de 14,8% em 2024/25. Nos casos em que todo o custeio é financiado, os ganhos foram ainda mais comprimidos.

Necessidade de gestão de risco

Marcelo Pimenta, head de Agro da Serasa Experian, afirma que o cenário reforça a importância de estruturas robustas de governança de risco. Segundo ele, ferramentas como cadastro positivo, Cédula de Produto Rural (CPR) e sensoriamento remoto ajudam a monitorar riscos, renegociar contratos e proteger o crédito agrícola.

Imagem: Embrapa Soja via canalrural.com.br

Para a Serasa, a combinação de dados de crédito, capacidade produtiva e projeções de preços é essencial para preservar a saúde financeira dos produtores em um ambiente de alta volatilidade.

Com informações de Canal Rural