Rubio e Vieira indicam trégua comercial EUA-Brasil
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O chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio reuniram-se por uma hora em Washington, em encontro descrito por diplomatas como “respeitoso” e “promissor”. O próprio Itamaraty classificou a conversa como produtiva, mas manteve silêncio sobre detalhes.
Suspensão de sanções na pauta
Na abertura da reunião, o Brasil solicitou a suspensão das punições impostas a autoridades do país durante o período de maior tensão bilateral. As restrições dificultavam cooperações, viagens oficiais e convênios técnicos. De acordo com fontes diplomáticas, Rubio reagiu positivamente, gesto que abriu espaço para tratar de questões mais sensíveis.
Tarifas e minerais estratégicos
Em seguida, os dois lados abordaram comércio, tarifas e o acesso a terras raras. Os Estados Unidos dependem fortemente da China para esses minerais, essenciais a semicondutores, baterias elétricas e armamentos. O Brasil possui reservas em Goiás, Minas Gerais e Amapá e foi apresentado como fornecedor alternativo.
Rubio teria proposto cooperação em pesquisa, processamento e investimento direto, com possibilidade de joint ventures e transferência de tecnologia.
Pressão empresarial
Entidades brasileiras como CNI, CNA e Fiesp, além de lideranças do agronegócio, alertaram para o impacto de tarifas dos EUA sobre café, carne, etanol e produtos industriais. Nos Estados Unidos, companhias de tecnologia, energia e alimentos pediram ao governo uma reabertura pragmática com o Brasil para reduzir custos e diversificar fornecedores.
Acordo preliminar em elaboração
Diplomatas dos dois países avaliam que um entendimento inicial poderá ser anunciado nas próximas semanas pelos presidentes Lula e Donald Trump, com três eixos principais:
Imagem: canalrural.com.br
- Suspensão temporária, por 90 dias, de tarifas adicionais sobre produtos agrícolas e industriais;
- Criação de grupos técnicos para negociar um novo acordo comercial setorial;
- Parceria estratégica em terras raras e minerais críticos, com investimentos norte-americanos e garantia de sustentabilidade ambiental.
Também estaria em discussão um entendimento sobre a participação brasileira nos BRICS, preservando autonomia e neutralidade.
O recato do Itamaraty e a discrição de Rubio são interpretados como sinais de que o arranjo está em fase final de costura, condicionado ao aval dos chefes de Estado.
Com informações de Canal Rural