Início - Blog - Mundo Agro - Rural Tech Report 2025 Aponta Nova Onda de Investimentos no Agro
A Rural Ventures apresentou o Rural Tech Report 2025, documento que traça um panorama do capital de risco dedicado a agtechs e foodtechs na América Latina. O levantamento foi divulgado em evento no Cubo Itaú, em São Paulo, onde a gestora está estruturando um hub para conectar produtores, corporações e startups.
Quem está por trás
- Fundador: Fernando Rodrigues
- Sócia responsável pelo braço de inteligência Rural Insights: Juliana Chini
- Analista de startups e head de investimentos: Thomaz Edmundo
- Parceiros de apoio ao relatório: BRF, Suzano, Bayer, Atvos, CNH Industrial e Abag
Principais dados do relatório
- Período analisado: primeiro semestre de 2025
- Valor total investido no Brasil: R$ 627,2 milhões
- Maior cheque: R$ 280 milhões na Mombak (44% do total do semestre)
- Número de transações B2B: 15
- Mais de 50% dos negócios ligados à sustentabilidade
Tendências destacadas
De acordo com Edmundo, o chamado “inverno dos VCs” — período de valuations inflados — deu lugar a uma alocação mais cautelosa. Fundos menores, entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, apresentaram desempenho superior aos veículos acima de US$ 25 bilhões, com algumas casas da safra 2023 já registrando taxa interna de retorno próxima de 15%.
Na América Latina, excluindo o aporte na Mombak, a mecanização do campo concentrou oito transações fora do Brasil. Metade delas esteve relacionada a sustentabilidade. Houve aumento de 73% em operações de agtech, queda de 50% em clima (com valores mais altos) e avanço de três vezes no segmento de alimentação.
Sustentabilidade mensurável
Entre os casos citados estão a argentina Kilimo, que reduz consumo de água em pivôs de irrigação, e a 1.5, capaz de detectar focos de incêndio em até três segundos. As iniciativas ilustram a busca por redução de custos, mitigação de emissões e criação de novos mercados, como créditos de água.
Inclusão financeira e digitalização
O relatório lista seis transações voltadas à inclusão financeira, quatro delas no Brasil. Segundo Edmundo, visibilidade do que ocorre na fazenda — obtida via inteligência artificial — melhora o scoring e amplia o acesso do produtor a crédito. A IA aparece ainda como base para rastreabilidade, segurança de dados e tokenização, com projeção de US$ 16 trilhões em ativos tokenizados até 2030.
Segurança cibernética em foco
Com o aumento do uso de dados, a Rural Ventures coloca o Brasil entre os dez países com maior incidência de crimes digitais, estimando crescimento anual de 35% nos custos associados. A proteção de informação torna-se prioridade para empresas e produtores.
Imagem: forbes.com.br
Apetite dos investidores
A preferência se mantém em estágios iniciais (seed e Série A), com mediana de cheques na casa de US$ 500 mil. Enquanto investidores latino-americanos evitam posições de controle, no Brasil permanece o desejo de participações mais altas. O país respondeu por 75% dos negócios da região.
Edmundo calcula entre cinco e seis meses o ciclo típico de fechamento de rodada. Parte das captações iniciadas no fim de 2024 foi concluída no primeiro semestre de 2025. Crédito e seguro rural avançam ancorados em garantias reais, citando Pixel, Mumbai e Agroland como exemplos.
No encerramento, Rodrigues resumiu o propósito da Rural Ventures: construir “a infraestrutura invisível do agro” para ampliar eficiência, transparência e acesso a mercados exigentes.
Com informações de Forbes Brasil