Safra Recorde Pressiona Preços e Torna 2026 Desafiador Para a Soja

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Produtores de soja no Brasil iniciam dezembro diante de um cenário de supersafra e preços em queda, o que pode tornar 2026 o ano mais apertado para a cultura. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e consultorias privadas estimam colheita entre 177 e 178 milhões de toneladas, enquanto os estoques globais já alcançam 124 milhões de toneladas, recorde histórico.

Preços recuam

  • Paranaguá em 28/11: R$ 155,75/saca; pico anual foi de R$ 178 em março.
  • Previsão média para 2026: R$ 135 a R$ 140/saca (Cepea, Safras, StoneX).
  • Cenário otimista: R$ 150 a R$ 160 se houver seca moderada no Sul e compras fortes da China.
  • Cenário pessimista: R$ 120 a R$ 128 com safra cheia e demanda chinesa lenta.

Custos em alta

O custo operacional efetivo (COE) em Sorriso (MT) é de 57 sacas por hectare. Para cobrir a despesa, o produtor necessita de no mínimo R$ 133/saca, considerando produtividade de 65 sacas/ha. Principais aumentos:

  • Fertilizantes: +8%
  • Defensivos: +10%
  • Diesel: +5%
  • Arrendamento em dólar: alta em várias regiões

A margem bruta média caiu de 78 para 64 sacas/ha, segundo CNA e Cepea.

Estoques e demanda

O carryout mundial para 2025/26 deve ficar entre 122 e 125 milhões de toneladas, o maior já registrado. Mesmo após acordo de 12 milhões de toneladas com os Estados Unidos, a China comprou apenas 62% do volume esperado em novembro e privilegia o Brasil quando o prêmio cai.

Safra Recorde Pressiona Preços e Torna 2026 Desafiador Para a Soja - Imagem do artigo original

Imagem: canalrural.com.br

Fatores de pressão

  • El Niño: ativo até março, pode provocar excesso de chuvas no RS e PR, atrasar a colheita e reduzir prêmios de exportação.
  • Janela de comercialização: a safrinha de milho atrasada 15 a 20 dias fará a soja de março/abril concorrer por espaço nos portos, aumentando filas e descontos.

Estratégias recomendadas

  • Fixar 40 a 50% da produção em contratos março/maio 2026 na B3 ou via CPR dolarizada; preços de R$ 142 a R$ 145/saca em Paranaguá ainda garantem margem de 10 a 12 sacas sobre o custo.
  • Cortar despesas em 8 a 10 sacas/ha negociando fertilizantes para entrega em jan/fev, adotando insumos biológicos e intensificando a rotação soja–milho com cobertura vegetal.
  • Monitorar três datas: 12/12 (WASDE/USDA), 10/01 (primeiro levantamento de campo da Conab) e 28/02 (pico de compras chinesas após o Ano-Novo Lunar).
  • Diversificar vendas: 30% basis Paranaguá, 30% em CPR física, 20% em barter de insumos e 20% livre para eventuais altas em abril/maio.

Para o sócio-fundador da Agroconsult, André Pessôa, “2026 não vai ser ano de ficar rico com soja; vai ser ano de não ficar pobre”. Com produção em nível recorde e preços médios previstos próximos de R$ 138/saca, a remuneração, e não a colheita, deve ser o principal desafio.

Com informações de Canal Rural

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