Seguro Rural Encolhe e Endividamento Cresce no País

O Brasil entra na safra 2025/26 com redução na cobertura do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e aumento nas dívidas dos produtores, indica levantamento do setor.

Indicadores de deterioração

• A inadimplência do crédito rural alcançou 9,3%, maior índice da série do Banco Central.
• Pedidos de recuperação judicial cresceram 36% no primeiro semestre de 2025.
• A contratação de crédito de custeio recuou 23%, enquanto os investimentos caíram 44%.
• Desde 2021, a área segurada encolheu mais de 14 milhões de hectares e hoje protege menos de 3 milhões, o equivalente a 3% da área agrícola nacional.

Recursos concentrados em ações emergenciais

Apesar da retração do PSR, o governo destinou R$ 11,9 bilhões ao programa Desenrola Agricultura Familiar, que atende cerca de 300 mil produtores endividados, e liberou outros R$ 12 bilhões pela Medida Provisória 1.314/2025 para renegociar passivos sem exigir contratação de seguro.

Em 2024, o seguro rural recebeu apenas 3,7% dos R$ 26 bilhões aplicados nas principais políticas agrícolas, embora estudos apontem que o mecanismo é de seis a oito vezes mais eficiente que o crédito ou o Proagro no uso de recursos públicos.

Impactos financeiros

Desde 2003, apólices de seguro rural pagaram R$ 32 bilhões em indenizações, sendo R$ 22 bilhões nos últimos cinco anos, montante que evitou novas renegociações e manteve produtores em atividade.

Previsão climática aumenta o alerta

A confirmação do fenômeno La Niña, que tende a provocar veranicos prolongados e chuvas irregulares no Centro-Sul, soma riscos adicionais à safra 2025/26, que já começa com cobertura securitária reduzida.

Imagem: Canal Rural via canalrural.com.br

Sem transparência sobre os valores gastos anualmente em renegociações e sem previsão orçamentária estável para o PSR, especialistas avaliam que o país mantém a dependência de socorros emergenciais e não avança na gestão preventiva de riscos.

Com informações de Canal Rural