Seguro Rural Enfrenta Queda Recorde Sem Verba Pública

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O seguro rural vive o menor nível de cobertura em quase uma década, pressionado pelo aperto nas margens dos produtores e pela retenção de parte dos recursos federais destinados ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

Segundo Pedro Loyola, coordenador executivo do Observatório do Seguro Rural da FGV Agro, agricultores com histórico de perdas continuam contratando apólices, enquanto quem sente o orçamento mais apertado tende a priorizar investimento em tecnologia. “A margem já está pequena e ele pensa se vale a pena gastar com seguro”, resume.

O PSR dispõe de R$ 548 milhões em 2025, porém cerca de R$ 300 milhões permanecem contingenciados. Caso a verba não seja liberada, muitos produtores podem cancelar as apólices. Para Loyola, a decisão traz risco elevado: “Cancelar pode gerar grande prejuízo se houver perda climática”.

Seleção adversa encarece prêmios

Com menos contratos ativos, o mercado sofre o efeito conhecido como seleção adversa – apenas produtores de maior risco procuram proteção. O resultado é a concentração de sinistros e o aumento do prêmio, que hoje consome entre 65% e 70% do valor arrecadado pelas seguradoras, segundo Loyola.

A área coberta por subvenção despencou de 14 milhões para 2,5 milhões de hectares. O encolhimento ameaça afastar seguradoras, corretores e peritos, reduzindo uma estrutura que levou duas décadas para ser consolidada.

Dados da CNseg apontam retração

Balanço da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), divulgado na terça-feira (4), indica queda de 2,7% no volume de prêmios em 2025 e a menor taxa de cobertura já registrada, atingindo apenas 2,3% da área plantada no país.

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Imagem: Creative Commons via canalrural.com.br

Crédito sem seguro é “bola de neve”

Loyola defende política permanente de gestão de riscos. “Renegociar dívida resolve um ano; dois anos depois o problema volta”, afirma. Para o especialista, crédito rural só é eficaz quando acompanhado de seguro, especialmente diante de eventos climáticos como o La Niña.

Com a safra de soja implantada em quase metade do território nacional e previsão de impacto moderado do fenômeno, o consultor reforça: praticamente não há apólices subvencionadas para a oleaginosa. “Estamos com o La Niña instalado; só não sabemos a severidade”, alerta.

Recomendações para o orçamento

Estudo do Observatório do Seguro Rural sugere recompor o orçamento do PSR ainda em 2025 e ampliar os recursos em 2026, garantindo execução sem novos contingenciamentos.

Com informações de Canal Rural

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