Setor Reage a Plano do MMA de Listar Tilápia como Invasora
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Entidades e produtores de pescado voltaram a manifestar preocupação após a sinalização do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) de incluir a tilápia na lista oficial de espécies exóticas invasoras.
Produtores temem impactos econômicos
Responsáveis por 98% da produção nacional, pequenos produtores sustentam que a classificação pode resultar em restrições severas ou até proibição do cultivo, ameaçando milhares de negócios em todo o país.
A tilápia é criada no Brasil há mais de 25 anos com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e em ambientes controlados, segundo as entidades do setor.
Críticas a estudos apresentados
O presidente da associação Peixe BR, Francisco Medeiros, classificou como “rasos” os trabalhos científicos utilizados pelo MMA para justificar a eventual inclusão. “São estudos que a gente considera na academia como trabalhos rasos”, declarou.
Produção concentrada no Paraná
Responsável por 36% do volume nacional, o Paraná movimenta toda a cadeia produtiva — ração, frigoríficos, transporte e comércio. Entre 2023 e 2024, as exportações de tilápia cresceram 94% em valor e 68% em volume.
“Estamos produzindo com critérios sanitários rigorosos para evitar impactos ambientais. A proibição é descabida”, afirmou Jefrey Kleine Albers, gerente técnico do sistema Faep/Senar.
Imagem: PeixeBR via canalrural.com.br
Nota do MMA não convence setor
Em comunicado, o ministério disse que a inclusão da tilápia não implicará proibição do cultivo. A Peixe BR discorda, alegando que empresas nacionais e estrangeiras respeitam normas de compliance e não podem adquirir produtos oficialmente classificados como invasores. “O Ibama só precisa publicar a lista”, ressaltou a entidade, que chamou a nota do MMA de “anestésica”.
O produtor Edmilson Zabott reforçou que, em duas décadas de cultivo legal, não há registro de tilápias capturadas em rios próximos às criações. “O controle é muito rígido”, disse.
Representantes do setor aguardam definição oficial para avaliar medidas e evitar prejuízos à cadeia aquícola.
Com informações de Canal Rural