Soja brasileira receberá primeira biotecnologia transgênica contra dois nematoides
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A produção de soja no Brasil deverá contar, ainda nesta década, com a primeira solução transgênica voltada ao controle simultâneo de dois dos principais nematoides que afetam a cultura: Pratylenchus brachyurus, causador de lesões radiculares, e Heterodera glycines, responsável pelo cisto da soja.
A tecnologia, batizada de NRS (sigla em inglês para “resistente a nematoides”), será incorporada às cultivares brasileiras após acordo de licenciamento entre Basf, Corteva Agriscience e M.S. Technologies. Trata-se do primeiro evento biotecnológico comercial direcionado a esses patógenos microscópicos, que reduzem a produtividade e apresentam manejo complexo.
Desenvolvido pela Basf ao longo de sete anos, o trait NRS foi avaliado em mais de 160 campos experimentais e demonstrou mais de 90% de eficácia no controle de P. brachyurus. Segundo a empresa, os resultados indicam potencial para minimizar perdas e conferir maior estabilidade às áreas infestadas.
O novo gene será combinado a sistemas já presentes no mercado que reúnem múltiplas tolerâncias a herbicidas—2,4-D sal colina, glifosato e glufosinato—e proteínas Bt para manejo de lagartas, criados pela Corteva e pela M.S. Technologies. O pacote integrado pretende ampliar a flexibilidade do produtor e reduzir a pressão de resistência de pragas e plantas daninhas.
As primeiras sementes com a característica NRS devem chegar aos produtores brasileiros até o fim desta década ou início da próxima, dependendo das aprovações regulatórias e de testes adicionais. A introdução em outros países da América Latina também está nos planos das companhias.
Imagem: Carina Gomes via canalrural.com.br
Atualmente, o controle de nematoides na soja baseia-se em rotação de culturas, uso de cultivares tolerantes e aplicação de nematicidas—práticas de custo elevado e resultados nem sempre consistentes. A expectativa é que a nova biotecnologia reduza a dependência de defensivos químicos e fortaleça a competitividade do Brasil no mercado global da oleaginosa.
Com informações de Canal Rural