Subemprego Derruba Desemprego e Prejudica Agroindústria

A taxa de desemprego no Brasil caiu para aproximadamente 5,5%, nível que vem sendo interpretado como sinal de pleno emprego. De acordo com o comentarista de economia Miguel Daoud, porém, o dado é impulsionado sobretudo pelo aumento do subemprego, que inclui ocupações parciais, informais ou assumidas por necessidade.

Na avaliação de Daoud, o trabalhador subocupado não aparece nas estatísticas de desemprego, mas também não está disponível para um posto estável e integral. Essa condição, afirma, explica a percepção generalizada de falta de mão de obra qualificada em diversos segmentos.

Disputa acirrada nas cidades

Em áreas urbanas, empresas têm flexibilizado jornadas, ampliado bônus e adotado prêmios para atrair profissionais que hoje alternam trabalhos temporários, dirigem por aplicativo ou mantêm outras atividades informais.

Impacto sobre a agroindústria

O quadro é considerado especialmente crítico na agroindústria, setor que depende de presença física, rotina fixa e treinamento constante. Conforme o comentarista:

• Frigoríficos operam abaixo da capacidade por escassez de funcionários;
• Usinas enfrentam dificuldades para completar turnos;
• Produtores relatam problemas para manter equipes estáveis.

Daoud sustenta que o país não carece de população economicamente ativa, mas de trabalhadores dispostos ou disponíveis para empregos presenciais, de jornada integral e alta intensidade — características centrais das atividades agroindustriais.

Imagem: Agência IBGE Notícias via canalrural.com.br

Consequências e necessidades

Segundo ele, o suposto pleno emprego é apenas aparente: ocupa-se um grande número de pessoas em condições precárias, o que desorganiza setores que necessitam de mão de obra estável. Para preservar a competitividade do agronegócio, o comentarista defende ações voltadas à qualificação, à formalização, à retenção de trabalhadores no campo e ao avanço da mecanização.

Com informações de Canal Rural