Tarifaço de Trump Sobre Produtos Brasileiros Perde Força

Em artigo publicado no Canal Rural, o jornalista e publicitário José Luiz Tejon afirma que a ampliação de tarifas sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, medida adotada durante o governo de Donald Trump e apelidada de “tarifaço”, perdeu sustentação e vem sendo revista.

Tejon ressalta que a economia norte-americana, com Produto Interno Bruto em torno de US$ 30 trilhões, depende de um agronegócio avaliado em aproximadamente US$ 7 trilhões — mais de três vezes o PIB do Brasil. Segundo ele, mesmo com produção interna expressiva, os EUA não conseguem suprir integralmente a própria demanda, o que torna inviável substituir, “numa canetada”, o fornecimento brasileiro de itens como café, suco de laranja, carnes, frutas, algodão, açúcar e batata.

O autor lembra que cadeias globais de fornecimento operam hoje sob rígidos padrões de compliance, qualidade, exigências ambientais e sociais, o que dificulta mudanças abruptas de origem. No caso do café, exemplifica, cada US$ 1 em matéria-prima se transforma em até US$ 43 no produto final, valor que depende de atributos como certificações de sustentabilidade e rastreabilidade.

Tejon atribui o recuo das sobretaxas ao trabalho conjunto de entidades brasileiras, entre elas Amcham, Abimaq, Abrafrutas, Abia, ABPA, Cecafé, Abiec, Abag, OCB, Cosag, Única, além de CNI, CNA e CNC. Essas organizações, afirma, atuaram junto ao governo e à sociedade norte-americana para mostrar a interdependência entre os dois mercados.

Ele acrescenta que tarifas mais altas sobre máquinas, calçados, água de coco, pescados e outros itens ainda persistem, mas projeta que também sejam eliminadas. Para o articulista, o episódio reforça a necessidade de o Brasil fortalecer seu complexo agroindustrial e revisar barreiras protecionistas internas.

Imagem: Isac Nóbrega via canalrural.com.br

Ao concluir, Tejon destaca que a decisão de rever o “tarifaço” sinaliza a prevalência de cadeias produtivas globais integradas sobre iniciativas unilaterais baseadas em interesses políticos.

Com informações de Canal Rural