Tecnologias Podem Levar Etanol a Emissões Negativas

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Um estudo conduzido pela Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Unicamp aponta que o etanol produzido no Brasil pode alcançar pegada de carbono próxima de zero — e até tornar-se negativa — ao adotar captura e armazenamento de carbono (BECCS) e aplicação de biochar em áreas agrícolas.

Os pesquisadores avaliaram duas frentes de captura de CO₂ nas usinas:

  • Fermentação: fase em que o gás é liberado de forma concentrada, facilitando a coleta.
  • Queima de bagaço e palha: processo que gera energia para a própria usina, mas requer equipamentos adicionais e infraestrutura subterrânea para estocar o carbono.

Segundo a pesquisadora Nilza Patrícia Ramos, da Embrapa Meio Ambiente, a captura na fermentação é a alternativa mais simples de ser implantada hoje. Já a etapa de queima da biomassa demanda investimentos mais altos para viabilizar o armazenamento geológico do CO₂.

O estudo também analisou o biochar — carvão obtido de resíduos agrícolas que, ao ser incorporado ao solo, mantém carbono retido por longos períodos. De acordo com Cristiano Andrade, da Embrapa, além de sequestro de carbono, o material pode melhorar a estrutura física do solo, mas a aplicação precisa ser balanceada para evitar efeitos adversos.

Dados do RenovaBio indicam que o etanol hidratado possui intensidade média de 32,8 gCO₂e/MJ. Apenas a captura do CO₂ na fermentação poderia reduzir esse valor para cerca de 10 gCO₂e/MJ. Com a combinação de BECCS nas duas etapas da produção e uso agrícola do biochar, as emissões ultrapassariam o ponto zero, tornando-se negativas.

Tecnologias Podem Levar Etanol a Emissões Negativas - Imagem do artigo original

Imagem: Secretaria de Energia e Mineração de São Paulo via canalrural.com.br

Até o momento, nenhuma usina certificada emprega BECCS ou biochar em escala comercial. O principal obstáculo é o custo, atualmente superior ao valor obtido com créditos de descarbonização. Os autores do estudo defendem novos incentivos, linhas de financiamento e regras específicas que tornem economicamente viável a adoção dessas tecnologias.

A pesquisa conclui que o Brasil reúne condições para liderar a integração de soluções de captura de carbono ao setor sucroenergético, devido à produção consolidada de etanol e políticas voltadas a combustíveis de baixo carbono.

Com informações de Canal Rural

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