Trégua EUA-China Eleva Soja, mas Mercado Mantém Dúvidas
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A pausa nas hostilidades entre Estados Unidos e China desde o fim de outubro tem dado sustentação aos preços da soja em Chicago, mas ainda não elimina a incerteza sobre o volume que Pequim comprará dos norte-americanos nos próximos meses e anos.
A chamada “guerra comercial 2.0” começou em abril, quando Washington ampliou tarifas a diversos parceiros. A China tornou-se novamente o principal alvo, e respondeu sobretaxando itens dos EUA, entre eles a soja – produto agrícola de maior peso na balança bilateral. O resultado foi a virtual suspensão das aquisições chinesas e forte queda nas exportações dos Estados Unidos, gerando volatilidade nas cotações, relata Luiz Roque, coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.
Entendimento em outubro
No encerramento de outubro, os presidentes dos dois países se encontraram na Coreia do Sul e anunciaram uma trégua, que incluiu redução de tarifas e previsão de compras chinesas de soja norte-americana até fevereiro, além de volumes expressivos em anos seguintes. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) voltou a registrar vendas após semanas sem negócios.
Metas ambiciosas
Apesar da reação inicial positiva, analistas mantêm cautela. Roque observa que as metas anunciadas são altas e há dúvidas sobre a capacidade chinesa de cumpri-las no curto prazo. Dados do USDA indicam que, até o fim de novembro, as aquisições da China estavam abaixo do observado no mesmo período da temporada anterior. Mesmo somando vendas para “destinos desconhecidos”, que costumam ter a China como destino final, o volume segue distante da média histórica.
Anúncios diários divulgados nas semanas seguintes mostram avanço e já cobrem parte relevante da meta fixada para fevereiro. Contudo, somente o governo dos EUA detalhou publicamente o acordo, o que reforça a necessidade de monitoramento, afirma o especialista.
Imagem: canalrural.com.br
Concorrência da safra brasileira
A partir de fevereiro, a entrada da nova safra brasileira, tradicionalmente mais competitiva em preço, pode frear o ritmo das compras dos Estados Unidos. “A grande incógnita continua sendo quanto a China efetivamente adquirirá de soja norte-americana nos próximos anos”, conclui Roque.
Com informações de Canal Rural
Artigo criado em: 23/12/2025
Revisado em: Dezembro de 2025